A prorrogação se deve ao ritmo acelerado de contágio do coronavírus e o aumento crítico no total de infectados e de mortes por Covid-19, com risco iminente de colapso no sistema de saúde no Estado de São paulo.
A aceleração da contaminação coincide com a queda nos índices de isolamento social em todo o Estado. A média paulista chegou a 47% na última quinta (7), muito longe da taxa considerada ideal, de 70%, e abaixo do mínimo de 55% estipulado como nova meta pelas autoridades em saúde.
A decisão do Governo do Estado foi avalizada integralmente pelos especialistas do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo. Na última reunião técnica dos 16 integrantes do Centro de Contingência do coronavírus, na última terça (5), a recomendação ao Governo do Estado pela extensão da quarentena foi unânime.
Nos últimos 30 dias, o avanço da doença subiu 3.300% no interior e litoral e 770% na capital. Até à tarde de quinta, o Estado de São Paulo registrava 39.928 casos confirmados de Covid-19 e 3.206 mortes.
Um modelo matemático do Centro de Contingência aponta que o isolamento social em todo o Estado de São Paulo evitou mais de 40 mil mortes desde o dia 24 de março. Porém, a alta taxa de ocupação de leitos em hospitais por Covid-19 é o principal gargalo que exige a manutenção da quarentena.
Na região metropolitana da capital, a taxa de ocupação de leitos para pacientes de coronavírus é de 89,6% em UTI e 74,9% em enfermaria, enquanto os índices estaduais ficam em 70,5% e 51,3%, respectivamente.
Para que São Paulo possa sair da quarentena sem colocar o sistema de saúde em risco, os índices de ocupação hospitalar por Covid-19 precisam ficar abaixo de 60%.
Quanto maior o tempo em que a taxa de distanciamento ficar abaixo de 55%, mais longa será a necessidade de manutenção da quarentena nos 645 municípios de São Paulo. Caso as taxas subam, a flexibilização para reabertura de atividades não essenciais poderá ser adotada em junho.