A orientação para não sair de casa se compara à do papagaio, é cortar as penas da asa para não voar.
Já se a pessoa manifestar sintomas do coronavirus deve cumprir quarentena como passarinho preso em gaiola.
Se ficar doente vai ser entubado e vira escafandrista de baixo d’água por duas a três semanas para se salvar.
O curado volta para casa como mutilado de guerra, por vezes, com sequelas que levarão tempo para se livrar.
O que não se salva vira estatística do número de óbitos.
São essas as únicas alternativas que o cidadão tem em tempo de pandemia.
Perambular pela cidade sem máscara causa perigo para a coletividade, o indivíduo é antissocial e inconsequente.
Ele pode ser assintomático ou ter contraído a forma leve da doença e contaminar a população.
Ainda acontecem reuniões de grupos em festa e churrasco sem fim, principalmente, em época de eleição o diagnóstico de coronavirus será confirmado alguns dias depois.
Há os que não acreditam em pandemia, mas acreditam que a Terra é plana.
Nessa casa da Mãe Joana, onde todo mundo faz o que bem entende e não há lei nem teste, a pandemia longe está de chegar ao fim.
Em trinta dias (de 20/07 a 20/08), o número de infectados no município mais que dobrou (113%), passou de 59 para 126 casos.
Em 5 meses (março a julho), atingiu-se a 59 casos e em apenas trinta dias surgiram 67 novos casos revelando rápido crescimento da doença.
O risco de a população contrair a doença, que é calculado pela “Taxa de Incidência”, acelerou de 315 para 673.
Supõe-se que 126 pessoas já contraíram ou estão em risco de adoecer não identificados, surgindo o problema da subnotificação.
Sem testagem massiva seguida de rigoroso isolamento dos identificados com covid-19 é impossível conter a pandemia.
Na ausência de uma “cloroquina” salvadora e de vacina não há outra conclusão que não seja a de que a pandemia vai se prolongar indefinida no tempo.
No sacrifício que os brasileiros passam os governantes eleitos pelo povo dão se ao luxo de não se entenderem entre si.
A preocupação está em manter o poder de governo e não em estabelecer um plano efetivo e eficaz de combate à pandemia.
A ambição mesquinha e egoísta esgota os espaços dos cemitérios do Brasil com mais de 112.000 cadáveres a causar dor e incerteza geral.
O sentimento de angústia, medo e horror são semelhantes aos dos índios massacrados pelos colonizadores à época do descobrimento.
A triste sorte deles está hoje na população a se sentir jogada às traças e à espera de que o pior lhe aconteça.
O coronavirus não escolhe classe social.
Porém, a grande maioria não dispõe de recursos para “dar um tempo”.
A extrema miséria, a pobreza, os desempregados, os trabalhadores informais, os micro empreendedores individuais, as pequenas e médias empresas formam o contingente humano majoritário da nação prejudicado pela pandemia e necessitam de socorro.
O Auxílio Emergencial não pode ser entendido como hipócrita bondade, tampouco, ser reduzido à uma esmola, pois é obrigação de Estado socorrer a população.
A responsabilidade humana e social é a prioridade das prioridades, pois se trata da lei de sobrevivência nos momentos graves.
O Brasil necessita, urgentemente, de ser redescoberto.
A história não dá saltos nem marcha à ré.
O antigo ‘normal’ restará na lembrança.
O “novo” deve brotar como a semente, de cada cidadão, de cada rua, de cada bairro, de cada cidade, de cada Estado em toda a nação.
É a semente da solidariedade e da fraternidade de quem não espera acontecer e faz, porque já desacreditou no mito do passado, os salvadores da pátria.
O novo normal já mostra brilho reluzente como de um diamante.
São as entidades assistenciais, voluntárias e voluntários, sindicato dos trabalhadores em hotéis e similares (Sinthoresca) e a live
“A Voz das Águas” que prestam auxílio material, equacionam problemas e ajudam a nau de sofredores a atravessar a tempestade para alcançar o porto seguro.