No último dia 20, o Conselho Municipal de Educação de Águas de Lindoia votou contra a retomada do ensino presencial em setembro. Com isso, o retorno das aulas presenciais na rede pública de ensino de Águas de Lindoia segue sem previsão.
A decisão levou em conta uma pesquisa feita com a comunidade escolar, entre professores, alunos e funcionários, bem como o cenário atual da pandemia de covid-19.
Entre os dados coletados, 60% das famílias afirmaram que não irão levar os filhos para a escola neste momento. O estudo também mostrou a porcentagem de servidores da rede e alunos com comorbidades, o que eleva o risco dessas pessoas desenvolverem a forma grave da doença.
De acordo com a Secretaria de Educação, os números apurados na pesquisa mostram que o retorno às aulas neste momento é inviável.
Caso o retomada do ensino presencial acontecesse, além de haver a baixa frequência de alunos e de grande parte dos servidores continuar afastada, as chances de haver disseminação do coronavírus seria elevada devido ao deslocamento dos alunos até a unidade escolar.
“Embora o município esteja finalizando os preparativos para o retorno das aulas presenciais, as condições ainda não se mostram favoráveis. O objetivo da administração é garantir que os alunos mantenham seu desenvolvimento escolar sem qualquer risco à saúde deles e de seus familiares”, informou a Secretária de Educação.
Uma nova consulta com a comunidade escolar sobre a volta às aulas nas escola será feita no mês que vem, com dados atualizados da pandemia de covid-19 na cidade.
Desde março, os alunos da rede municipal de ensino trabalham o conteúdo proposto para o ano letivo on-line ou por meio do material impresso, disponibilizado pela Secretaria de Educação. De acordo com a pasta, eventuais reforços ou trabalhos de recuperação serão feitos conforme a possibilidade de cada aluno.
Confira abaixo os dados da pesquisa feita pela Secretaria de Educação de Águas de Lindoia com 2.290 pessoas, entre famílias de alunos e servidores:
– Questionados, 60% dos pais e responsáveis afirmaram que NÃO irão enviar seus filhos para as atividades presenciais neste momento;
– Um em cada quatro alunos possui alguma comorbidade ou problema de saúde;
– 26% dos pais ou responsáveis não possuem condições de buscar os filhos na escola em caso de urgência (aparecimento de febre ou outros sintomas);
– 87% dos trabalhadores da educação conhecem ou têm contato com pessoas que integram o grupo de risco;
– Menos da metade (43%) afirmaram que concordariam em voltar para a sala de aula neste momento;
– 100% dos profissionais que já estão trabalhando no sistema de aula não-presencial (on-line) afirmam que poderiam continuar com esta metodologia;
– 20% do total dos servidores da Educação possuem laudo comprovando necessidade de afastamento do trabalho por integrarem Grupo de Risco da Covid-19;
– 44% dos servidores encarregados pela limpeza e higienização das unidades escolares já entregaram laudos solicitando afastamento do trabalho por integrarem Grupo de Risco da Covid-19.
Prefeituras terão autonomia para definir retorno das aulas
Os 645 municípios paulistas terão de se manifestar se vão ou não aderir ao plano de retomada das aulas presenciais sugerido pelo Estado. A previsão é que as escolas possam reabrir opcionalmente para aulas de recuperação a partir de 8 de setembro. Todavia, as prefeituras terão autonomia para acompanhar ou não o calendário.
Para retomar atividades presenciais a partir de 8 de setembro, as escolas devem estar em regiões que permanecem ao menos há 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo. As unidades podem receber alunos para aulas de reforço, recuperação e atividades opcionais.
O retorno oficial das aulas esta previsto para 7 de outubro, o que só ocorrerá se 80% do estado estiver por 28 dias seguidos na fase amarela. A retomada será gradual e, na primeira etapa, vai atingir até 35% dos alunos.
Imagem: Arquivo TDA