Resultado final, Biden – Joseph Robinette “Joe” Biden Jr. – entrou para a lista como 46º presidente dos Estados Unidos.
O resultado das eleições interessa aos americanos.
O brasileiro entra nessa festa de ‘bicão’, dizer popular para quem não foi convidado.
Os Estados Unidos não dão a mínima importância para o Brasil, a via é de mão única, deles para nós.
Eles podem e sempre interferem nos assuntos internos, não apenas do Brasil, mas de toda América Latina.
A presidenta Dilma e assessores foram alvos de espionagem da NSA – Agência Nacional dos Estados Unidos, (2013).
A notícia vazada por Edward Snowden, ex-prestador de serviços da NSA, foi escândalo diplomático e teve influência na deposição da presidenta Dilma (2015).
O presidente Barack Obama assumiu a responsabilidade, Joe Biden era seu Vice.
Biden ainda se empenhou entre os senadores republicanos para votar a favor da invasão do Iraque que destruiu aquele país.
Mesmo na condição de presidente do Brasil, Bolsonaro reconhece não ter capacidade alguma de interferir nas eleições ou, seja que for da vida americana.
A regra do jogo da poderosa nação do Norte é, eles mandam e não pedem.
Ainda assim, Bolsonaro foi um gratuito entusiasta da reeleição de Trump e anda, portanto, na contramão dessa realidade histórica.
O comportamento pró-americano de nosso presidente tem alimentado o mundo da fantasia dos brasileiros como se depreende da pergunta de uma de suas apoiadoras em frente do Palácio da Alvorada:
“O que seria de nós sem o senhor e o Trump? A gente está aqui com o coração na mão com o que está acontecendo nos Estados Unidos”
A resposta foi à altura da dúvida, Bolsonaro disse:
“A esperança é a última que morre”.
Para os interesses do Brasil a questão do vencedor é pura bobagem como se sabe, própria de quem não tem mais o que fazer.
Os ministros da área econômica brasileira, por exemplo, não alimentam esperança alguma.
Para eles, tanto Trump como Biden continuariam a se preocupar, exclusivamente, com seus próprios interesses.
Dizem mais, que os Estados Unidos têm muitos interesses no Brasil, onde só têm levado vantagens, mas que a parceria com os chineses e europeus é mais fácil e útil para o nosso país.
Com a vitória de Biden continuaremos com nossos problemas básicos, o aumento da miséria, a desigualdade, o favorecimento dos mais ricos e das corporações.
Nesse quadro o Brasil se parece muito com os Estados Unidos por ser portador das mesmas chagas sociais.
A democracia americana nasceu como exemplo de sistema para o mundo ocidental.
Após a 2ª Guerra, impulsionado pelo cinema, criou uma imagem idealizada, não real, do país como democracia perfeita.
Uma democracia recheada de ídolos hollywoodianos, música americana, hamburguer, batata frita e Coca-Cola que passaram a ser admirados e fazer parte dos costumes da América Latina.
Os filmes americanos ultrapassam em muito o razoável.
O exagero das cenas é a própria marca do modo de ser americano.
A imagem de mundo perfeito iludiu os olhos do mundo.
O funcionamento da sociedade americana se prima pela corrupção, a manipulação do poder pela indústria bélica e o verdadeiro poder que são os grupos econômicos sediados em Wall Street.
Por fim produziu, recentemente, o efeito mais desastrado contrário à democracia: o populismo.
Donald Trump, é um populista nacionalista disposto a demolir o edifício democrático com desprezo total das instituições e ciência.
O sistema eleitoral dos Estados Unidos é horroroso, pois contrário à democracia autêntica na qual cada cidadão vale um voto (sufrágio universal)
É inconcebível que a escolha do presidente seja indireta, por delegados do Estado e os votos dos cidadãos não tenham o mesmo peso (sistema federalista).
Esse sistema caolho favoreceu Trump eleito pela minoria da população.
Na eleição atual, Biden, apesar de ter a maioria esmagadora de votos, correu o risco de não ser eleito.
Trump não se rende mesmo tendo sido vencido pelo sistema federalista.
Incitou correligionários a colocar rifles nos ombros para impedir a contagem de votos e ameaça não deixar a Casa Branca.
Trump é isso, um exagerado personagem da cultura cinematográfica americana e Biden um portador de antecedentes negativos.
Inferno ou os Quintos são os tipos da alternância de poder político da “democracia exemplar”.