Editorial
Termina amanhã (domingo, 15) o período eleitoral aqui na região. Nós do Tribuna das Águas entrevistamos todos os candidatos a prefeito das três cidades da microrregião (Lindóia, Águas de Lindóia e Monte Sião) e levamos ao eleitor informações suficientes para que ele crie sua opinião sobre as candidaturas. Claro que essa análise deve ser aliada aos seus critérios de representatividade e ideais políticos.
É preciso chegar à urna com a certeza de que deve prevalecer na hora de votar a consciência que o projeto de eleição não deve superar o projeto de cidade. Não há pessoa ou grupo maior que o município, pois a medida em que um projeto de cidade for abandonado em favor de interesses privados, cria-se um projeto de poder sem a consciência de que este poder precisa ser instrumento que fortaleça as bases sociais e depende dessa realidade para se sustentar.
Como será a vida da população na região em 2021, 2022, 2023, 2024…? Em parte, as eleições de amanhã decidem o enfoque que terão as próximas gestões. O voto é a voz da cidadania e vale muito, tanto para o Executivo, como para as Câmaras Legislativas.
Após um estudo sério a respeito das pessoas que se candidataram, o eleitor deve selecionar aquelas que possuem um currículo que a habilite ao cargo pretendido. É preciso descartar aqueles que possuem a Síndrome do Pequeno Poder e olhar com mais atenção aos que realmente acreditam que fazer política é se integrar a um projeto, se colocar a serviço do coletivo para gerenciar soluções que atendam a maioria da população.
Segundo uma rápida pesquisa, a palavra síndrome vem do grego “syndromé”, que significa reunião, um termo usado na medicina e na psicologia para caracterizar um conjunto de sinais e de sintomas, que determinam uma patologia.
Mas por que a Síndrome do Pequeno Poder é tão nociva? Porque é aquela atitude opressora por parte de quem, ao ganhar o poder, usa de autoritarismo para se impor, mostrando baixa inteligência emocional e abusando dos limites da autoridade. Logo, votar em quem tem Síndrome do Pequeno Poder é votar em quem possui um desvio de conduta e, na verdade, não domina nada. A Síndrome pode ser explicada pela história da mosca azul, que surge de uma antiga lenda oriental, na qual um servo foi picado por ela e, a partir daí, começou a se olhar como o próprio sultão. Extasiado, ele se despersonaliza e se acha muito mais importante do que realmente é. Segundo a lenda, os picados pela mosca azul entram num estado de delírio, agindo com arrogância no uso do poder.
Eles estão em todos os espaços de poder. São os indivíduos de cérebros tacanhos, moral duvidosa e falta de empatia, que se aproveitam das fraquezas e das bondades das pessoas com objetivo o exercício do poder.
É preciso que o eleitor se liberte e tenha em mente que apenas existirá um opressor se o oprimido aceitar. Apenas haverá um péssimo governo se as nossas escolhas forem ruins. Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu: “O poder simbólico é um poder quase mágico que permite obter o equivalente daquilo que é obtido pela força física ou econômica e só se exerce se for reconhecido, o que significa que ele acaba sendo ignorado, passa despercebido. Assim, o poder simbólico é uma forma irreconhecível e legitimada”.
Amanhã nas urnas, em tempos de pandemia, que nenhuma patologia nos influencie. Que se possa escolher o voto sem se contaminar com a picada da mosca azul, nas vantagens pessoais e financeiras momentâneas. É preciso escolher com a convicção que o melhor para nós é aquele que agregue ao trabalho de transformar o futuro em realidade. Vote em quem confia que pode fazer o que é melhor para todos!!!