Pinturas da época Medieval mostram criança como adultos em miniatura.
Não havia a noção sobre criança, o conceito de infância é recente.
Na família medieval a afetividade não era o elemento predominante.
Para os nobres era proteção e garantia da propriedade pelo direito de herança.
A criança era o adulto herdeiro da propriedade do pai.
Para os homens livres comuns a família tinha o sentido da origem da palavra.
Família vem do termo latino “famulus” que significa escravo doméstico.
Junto aos escravos executavam os trabalhos na propriedade dos nobres.
A criança passa a ter valor quando é posta a serviço do poder do pai dessa família.
Esse traço da vida medieval se perdura nos dias contemporâneos, as crianças das camadas sociais empobrecidas trabalham.
Muitas vezes, são vítimas do trabalho escravo infantil ou estão no limite do narcotráfico.
A época Medieval, onde apenas a nobreza e o clero dominavam, foi de ignorância, atraso e falta de higiene.
Os imponentes castelos medievais tinham quartos para a deposição de fezes de reis, rainhas e cortesãos.
Quando faleciam eram sepultados no castelo.
Na tradição católica na própria igreja, sinal de prestígio que aproximava o cristão dos santos.
Aos espaços eram insuficientes para todos.
A maioria dos corpos eram abandonados em terrenos e formavam pilhas de cadáveres insepultos.
Em consequência surgiram epidemias que dizimaram populações inteiras.
Não havia noção de higiene tampouco sabiam o que era doença, a explicação era dada pelos “sábios” da igreja católica.
Davam o diagnóstico de bruxaria.
Escolhiam uma infeliz mulher como “bruxa” condenando-a à fogueira sob manifestação de fanáticos.
Outras vezes acusavam o povo pobre judeu, tido como anticristo, de que envenenava a água seguindo-se a perseguição e expulsão da aldeia.
A intolerância religiosa era radical, tratada com violência por padres e bispos católicos.
A violência de evangélicos contra as religiões afro umbanda, candomblé e centros espíritas, que estão acontecendo no Rio de Janeiro, pode ser interpretada como reaparecimento do tradicionalismo medieval.
A época medieval é marcada pelo messianismo, superstição, ideias anticientíficas, violência, extremismo étnico, social, cultural, religioso e político.
Nos últimos tempos, os valores medievais tem sido romantizados com visões falsas da história como a narrativa de um conto de fadas.
O tradicionalismo alimenta o racismo, o fundamentalismo religioso, teoria de conspiração, teorias pseudocientíficas e patriotismo cego antiprogressista.
A ciência foi negada e perseguida por mais de um milênio e, somente, pode ser reconhecida no Século XIX.
Até esse século a medicina caminhou na retaguarda onde até o pus era tido como benéfico e auxiliava na cicatrização da ferida.
A técnica cirúrgica embora tivesse se desenvolvido os insucessos eram frequentes, principalmente, na amputação de membros.
Galileu Galilei no século XVI usando o telescópio descobriu que a Terra girava ao redor do Sol, quase foi condenado à fogueira por contrariar a Igreja Católica.
Outro gigante da ciência apareceu no século XIX com o uso do microscópio, Louis Pasteur.
Esse notável cientista descobriu a existência dos micróbios, reais causadores de doença.
Só, então, se iniciou a construção de cemitérios.
Ele mesmo desenvolveu o medicamento de prevenção das doenças, a vacina (Os antibióticos seriam descobertos no século seguinte).
As vacinas deram origem ao sanitarismo e a especialização médica em Higiene e Saúde Pública.
Foram os médicos higienistas que criaram o conceito de infância, caracterizada pela fragilidade e ingenuidade das crianças.
Em 1899 foi fundado o “Instituto de Proteção e Assistência à Criança” no Rio.
Mais tarde veio a pediatria no atendimento personalizado de consultório.
A criança passou a ser importante desde a fase pré-natal recebendo cuidados básicos e medidas contra as doenças da infância, através da vacina de poliomielite, rotavirose, tétano, difteria, coqueluche, hepatite e varicela reduzindo-se drasticamente a morte infantil.
A assepsia, esterilização, desinfecção garantiram os sucessos das cirurgias.
Sem respeitar essas normas higiênicas de Louis Pasteur nosso presidente não teria sobrevivido à facada de Adélio.
É urgente renunciar ao mito tenebroso do conto de fadas do tradicionalismo medieval.