Santa Casa de Ouro Fino faz reunião sobre Covid-19 e ações para evitar desassistência hospitalar
“O que chamou bastante atenção nossa, é que a gente está tendo uma ocupação importante dos leitos de isolamento. Nós chegamos hoje a 50% da ocupação, algo que não tinha acontecido até então”, destacou o provedor.
Os casos tem aumentado de complexidade, sendo que há três semanas, seis pacientes Covid-19 que estavam em Pouso Alegre com diagnóstico de alta complexidade vieram a óbito.”Nesta semana tivemos mais 5 pacientes no SUS e um no particular, sendo que hoje nós precisamos solicitar a transferência de um paciente e ontem de outro, mas a gente esbarra na falta de leito”, lamentou.
Para Octávio Miranda é preciso ficar em alerta, pois o problema está no atendimento hospitalar que necessita de profissionais, aparelhos, suporte técnico e financeiro para funcionar. “É aquilo que as autoridades em saúde sempre alertaram: se houver uma infecção em massa, não há leito disponível para acolher todo mundo que precisar, principalmente na alta-complexidade”.
Dos 35 leitos para Covid-19 do Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre, Ouro Fino já ocupa 7 leitos, de acordo com os números apresentados pelo provedor da Santa Casa. “Isso dentro do limite de ocupação de uma unidade que atende 54 cidades”, pontuou
A proposta de estruturação e melhoramento da atenção Covid-19 na Santa Casa de Ouro Fino prevê leitos de ventilação, garantindo a estabilidade do paciente durante ou até a remoção para outra cidade; aumento do pessoal para trabalhar no atendimento tanto equipe médica, como auxiliares e de apoio (médicos, enfermeiros, atendentes, limpeza, cozinha etc) e aporte financeiro. “Nossa expectativa de prejuízo neste ano é de 4 milhões e meio”, destaca Octávio Miranda.
Segundo o provedor da Santa Casa, foi apresentada uma proposta com valores de repasses, e cessão de mão de obra para se economize e invista na contratação de médicos. “Nós estamos com 20% do nosso efetivo afastado, o que está obrigando que os profissionais que estão na linha de frente da Covid-19 acumulem horas extras”, explica, pontuando que as horas extras dobraram no comparativo deste mesmo período, no ano passado. “Isso vai levar a uma exaustão física e emocional da equipe que a gente não pode permitir”, finalizou.
Na reunião os vereadores Hercules Divino de Faria (PTB) e Angélica Artuso (PSD) representaram Monte Sião. Eles estarão nesta segunda-feira, 11, com o diretor de Saúde Rafael Batista de Souza que foi convidado a debater com os membros do Legislativo as ações na prevenção, combate e atendimento na pandemia da Covid-19.
Segundo dados do último Boletim Epidemiológico divulgado pela Diretoria de Saúde de Monte Sião a cidade já registrou 724 casos, sendo que até sexta-feira, 08, estava com 171 casos ativos e 130 em investigação.
Sem UTI
O prefeito de Ouro Fino, Henrique Wolf (PSL) postou um vídeo na noite de sábado, quando o Boletim Epidemiológico do Município apresentava 604 casos de covid-19 confirmados, 08 em internação e 130 suspeitos. Os números são preocupantes, pois as cidades vizinhas também registraram avanço da doença.
O prefeito destacou no vídeo que a situação da região está entrando em colapso e os hospitais de alta complexidade: Samuel Libânio, de Pouso Alegre (MG) e Hospital de Clínicas, de Itajuba (MG) já não possuem vagas de UTI. Isso porque, um paciente precisou deste tipo de atendimento no sábado, 09, às 18 horas, transferência da Santa Casa de Ouro Fino e não se conseguiu. “Não saiam, usem máscaras e sigam os nossos decretos”, pediu.
Segundo o portal G1 Sul de Minas, a região atingiu neste domingo a sua maior ocupação de leitos de UTI desde o início da pandemia do novo coronavírus. A atual ocupação é de 72,68%, sendo que 32,5% estão destinados apenas para pacientes de Covid-19. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
Conforme levantamento do G1, o nível mais alto anteriormente havia sido registrado em 31 de dezembro, quando a ocupação chegou a 68,41%. A maior ocupação por Covid-19 também foi na mesma data: 25,78%.
A alta na ocupação dos leitos de UTI é reflexo do aumento de casos da doença registrado nas últimas semanas. Na primeira semana de 2021.
Ainda segundo o G1, em relação à última semana de 2020 com a primeira deste ano, a ocupação geral aumentou de 68,41% em 31 de dezembro para 72,68% neste domingo (9), após a primeira semana de 2021. Já a proporção ocupada apenas por pacientes de Covid-19 aumentou de 25,78% na semana passada para 32,50%. Conforme os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Guaxupé tem 100% de ocupação de leitos de UTI, a maior do Sul de MG. São Sebastião do Paraíso registra 93,33% de ocupação e Alfenas/Machado 82%.