Não o reconheci, quando ele chegou e me cumprimentou pelo nome . Não o via há anos, há muitos anos, desde a juventude.
Era um senhor alto e robusto, bem avantajado.
Sou João Batista do Lazinho Crioulo e da Ia do Licério.
Do Licério Carioca, nosso vizinho do outro lado do morro – engarrafamento São Lourenço – onde, quando criança, íamos roubar deliciosas mangas espadas.
Um bom papo. Uma pessoa atualizada, interessante, interessado por economia, pela vida rural e suas vicissitudes.
Sabíamos que morava, há anos, em Eleutério entre Itapira e Jacutinga, numa fazenda da esposa.
Bom marido, não foi padrasto, foi “Pai” dos 4 filhos da esposa.
Nas mensagens de despedida, vê-se que teve 4 filhos e 8 netos. Viveu em harmonia com a família que o destino lhe reservou.
Depois voltou umas 4 ou 5 vezes no nosso Sebo, onde comprou alguns livros para a esposa Dulce.
Quando vinha ver a mãe Ia, dava uma passada pela nossa livraria. Contou-me, com detalhes, o sofrimento, a doença do cunhado Beirute que nos deixara antes da hora.
Beirute do Jocil que, como a maioria das crianças dessas Thermas de Lindóia, foi engraxate e na lateral de sua caixa feita pelo Pedro Riciluca estampou os preços da engraxada. Preços diferenciados para hóspedes e conterrâneos: OSPRI cr$2, OSDQUI cr$1.
Beirute era o marido de Sônia, irmã do João Batista, que o Covid nos roubou.
* Ismael Rielli, Águas de Lindoia. É professor aposentado, jornalista, escritor e ex-vereador. Tem atualmente um ponto de cultura no Sebo do Ismael, em Águas de Lindoia