O alerta foi dado no domingo (18) sobre o possível ciclone subtropical em formação na costa de São Paulo. Uma área de baixa pressão atmosférica se desenvolve na costa de São Paulo e no decorrer desta segunda-feira (19) deve ficar completamente organizada, formando um sistema circular fechado, com ventos girando 360° no sentido horário.
A informação é do Climatempo, e segundo a análise de temperatura da água do mar e da atmosfera e a simulação de vários modelos atmosféricos sugerem que esta área de baixa pressão atmosférica poderá se transformar em um ciclone subtropical.
Se este ciclone subtropical se formar realmente, será batizado de Potira (flor) e será o primeiro sistema deste tipo a se organizar em abril na costa leste brasileira, pelo menos desde 2011, ano em que a Marinha do Brasil passou a nomear os sistemas meteorológicos especiais que se organizam na costa brasileira.
Em 2018, a Marinha atualizou a lista de nomes para possíveis ciclones que se formem na costa brasileira, que são nomes indígenas. A nova lista passou a ter 15 nomes e a anterior tinha 10 nomes.
Confira a lista completa com a época e local de formação dos sistemas nomeados até agora.
1 – Arani (tempo furioso) – março 2011 – RJ/ES
2 – Bapo (chocalho) – fevereiro 2015 – SP
3 – Cari (homem branco) – março 2015 – SC
4 – Deni (tribo indígena) – novembro 2016 – RJ
5 – Eçaí (olho pequeno) – dezembro 2016 – SC
6 – Guará (lobo do cerrado) – dezembro 2017 – ES/BA
7 – Iba (ruim) – março 2019 – BA
8 – Jaguar (lobo) – maio 2019 – RJ
9 – Kurumí (menino) – janeiro de 2020 – ES/RJ
10 – Mani (deusa indígena) – final de outubro de 2020 – ES/RJ
11 – Oquira (broto de folhagem) – dezembro 2020 – RS
12 – Potira (flor)
13 – Raoni (grande guerreiro)
14 – Ubá (canoa indígena)
15 – Yakecan (o som do céu)
No domingo (18), a Marinha do Brasil emitiu um aviso oficial informando da possibilidade de formação desse sistema , a partir de 12 UTC (9h em Brasília ) desta segunda-feira (19) . Conforme o aviso NR 309/2021 emitido às 16h: “POSSÍVEL FORMAÇÃO DE CICLONE SUBTROPICAL A PARTIR DE 191200 HMG COM PRESSÃO CENTRAL DE 1008 HPA EM 27S 040W, MOVENDO-SE COM 05 NÓS PARA LESTE, ASSOCIADO A VENTO CICLÔNICO FORÇA 8/9 COM RAJADAS FORÇA 10, AFETANDO AS ÁREAS BRAVO E SUL OCEÂNICA AO SUL DE 25S E OESTE DE 030W. VÁLIDO ATÉ 200000 HMG”.
Previsão de deslocamento do ciclone
A previsão é de que este ciclone em formação atue sobre o mar, se deslocando entre São Paulo e Santa Catarina até o dia 24 ou 15 de abril, mas se afastando devagar do continente e tendo um deslocamento para leste/sudeste.
Previsão do mínimo de pressão atmosférica
O modelo de previsão atmosférica GFS (americano) indica que esta baixa pressão atmosférica terá um valor mínimo de pressão atmosférica pouco menor do que 1000 hPa (998 hPa a 996 hPa) durante a sexta-feira, 23 de abril, em alto-mar, na altura de Santa Catarina.
O modelo de previsão atmosférica ECMWF (europeu) GFS indica que a baixa pressão atmosférica terá um valor mínimo de pressão atmosférica de até 1002 hPa durante a quarta-feira, 21 de abril, em alto-mar, na altura de São Paulo e Rio De Janeiro .
Estas diferenças nos resultados das simulações de diferentes modelos de previsão meteorológica são normais. Os meteorologistas avaliam estas simulações diariamente e comparam com a realidade, com os dados reais, para saber qual simulação está melhor, mais próxima do real.
Quais os efeitos deste ciclone no Brasil?
Vento forte e mar agitado. Independente desta baixa pressão atmosférica evoluir ou não para um ciclone subtropical, e o sistema tenta provocar ventos moderados a fortes sobre o oceano, deixando o mar agitado em parte da costa do Sudeste também do Sul do Brasil.
Até o fim da desta semana, em vários dias, rajadas de vento moderadas a fortes poderão ser sentidas no litoral dos estados das Regiões Sul e Sudeste, com maior frequência em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e centro-sul do Rio de Janeiro
Chuva volumosa
Uma das preocupações é relação a áreas de instabilidade geradas por esta baixa pressão que poderão causar chuva moderada a forte em áreas como o Vale do Itajaí, o litoral norte de Santa Catarina, o litoral do Paraná e também o litoral sul de São Paulo. Estas regiões ficam em atenção para grandes volumes de chuva acumulados nos nos próximos dias que poderão causar transtornos para a população.
Sobre a Climatempo
Com solidez de 30 anos de mercado e fornecendo assessoria meteorológica de qualidade para segmentos estratégicos, a Climatempo é sinônimo de inovação. Foi a primeira empresa privada a oferecer análises customizadas para diversos setores do mercado, boletins informativos para meios de comunicação, canal 24 horas nas principais operadoras de TV por assinatura e posicionamento digital consolidado com website e aplicativos, que juntos somam 20 milhões de usuários mensais.
Em 2015, investiu na instalação do LABS Climatempo, no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), que atua na pesquisa e desenvolvimento de soluções para tempo severo, energias renováveis (eólica e solar), hidrologia, comercialização e geração de energia, navegação interior, oceanografia e cidades inteligentes. Em 2019, a Climatempo passou a fazer parte do grupo norueguês StormGeo, líder global em inteligência meteorológica e soluções para suporte à decisão, e dois anos depois, em 2021, uniu-se à Somar Meteorologia, formando a maior companhia do setor na América do Sul. A fusão das duas empresas impulsiona a Climatempo a ser protagonista global de fornecimento de dados e soluções para os setores produtivos do Brasil e demais países da América Latina, com capacidade de oferecer informações precisas de forma mais ágil e robusta.
O Grupo Climatempo segue presidido pelo meteorologista Carlos Magno que, com mais de 35 anos de carreira, foi um dos primeiros comunicadores da profissão no país.
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