Sarapatel Nº1, por Ismael Rielli
“Oh que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!”
(Casimiro de Abreu)
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” Quanta saudade eu tenho
Da nossa Tribuna querida
Aquela Folha tão lida
Que o Ovinho não me traz mais!”
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O destrambelhado tosco capitão cloroquina é pai de 4 filhos e uma filha.
Do primeiro casamento nasceram:
O 01 – O rei das rachadinhas, que acaba de comprar um “casebre” de 6 milhões em Brasilia.
O 02- O rei dos disparos de fake News, apelidado de Carluxo. Aquele que fez beicinho e se aboletou no banco de trás do Rolls Royce no dia da posse do pai.
O 03 – O deputado federal mais votado de nossa história. É deputado por são Paulo, mas mora no Rio. Segundo ele, pra fechar o Supremo bastam um soldado, um cabo e um jipe. O pai queria fazê – lo embaixador em Washington. Inimigo da China e dos chineses.
Do segundo casamento, nasceu 04, o tal de Jair Renan, que já anda aprontando. Vendedor de tráfico de influência, acaba de ganhar um belo presente: um carro elétrico.
Do casamento com Michele, nasceu uma menina o que, segundo o misógino mito de pés de barro, foi motivado por uma fraquejada sua.
Quanta falta de compostura! Quanto desprezo pelas mulheres! Quanta misoginia! Quanta grosseria com a própria filha! Quanto desrespeito!
Olhado com atenção para a sua fisionomia, percebemos que ele não bate bem, é meio maluco. Faltam-lhe alguns parafusos.
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“Adeus, pra sempre adeus,
Ingrata sem coração,
Tu és pia de água benta,
Onde todos põem a mão”
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I CANNOT BREATHE Não consigo respirar é a frase que chocou o mundo.
Algemado, deitado no asfalto, George Floyd agonizou, por quase 10 minutos, com o joelho de um brutamonte, descarregando todo o seu peso no pescoço de um negro numa rua de Mineapolis, Minesota, nos States.
Derek Chauvin foi condenado por três crimes. Vai pegar uma boa cana.
A cena brutal espantou a todos. Provocou, em plena epidemia, caudalosas manifestações não só nos States, mas no mundo todo. Foi quando surgiu a frase escrita no asfalto de muitas cidades.
BLACK LIVES MATTER – VIDAS NEGRAS IMPORTAM.
Floyd não morreu em vão!!!
Os familiares foram indenizados com 27 milhões de dólares, mas o mais importante é que seu martírio ajudou a enxotar um maluco da Casa Branca. Livrou os States e o mundo de um abominável troglodita.
As manifestações ajudaram muito Biden, dando-lhe inclusive a vitória na até então republicana Geórgia. E mais; numa eleição extemporânea na mesma Geórgia, os democratas abiscoitaram as duas cadeiras para o senado, reservando uma delas a um negro.
Com mais dois senadores, os democratas empataram com os republicanos, 50 a 50.
Com o voto de minerva a cargo da vice-presidente Kamala Haris, os democratas passaram a ter maioria para o maior conforto de Biden.
São 50 os estados dos Estados Unidos, aí incluídos Havai e Alasca.
Cada estado elege dois senadores com mandato de 6 anos.
Aqui, abaixo do Equador, somos 26 estados e o Distrito Federal. Com 3 eleitos por estado, nossa câmara alta abriga 81 senadores, com mandato de 8 anos, com eleições a cada 4 anos – uma vez com duas vagas em disputa, outra vez com uma só, numa eleição coeva para presidente, governador, senador (es) um ou dois, deputados federais e estaduais. Na ultima eleição de 2018 os senadores eleitos por SP foram Major Olimpio (PSL) e a cadeirante Mara Gabrili (PSDB).
Curiosa e pouco democrática a escolha do suplente de senador, verdadeiros feudos ou transações monetárias.
Com pouco mais de 2 anos como senador, Major Olímpio mudou pro andar de cima. Vítima de COVID-19, apesar de seu porte atlético.
Seu suplente, um empresário ilustre desconhecido, ganhou de mão beijada um mandato de quase 6 anos.
Outros escolhem pra suplentes seus próprios filhos como Edson Lobão do Maranhão e Chico Rodrigues de Roraima, aquele que, acordado pela Polícia Federal às 6h da manhã, guardou nas partes subalternas um feixe de lobos guarás, garoupas e onças.
Os senadores representam os estados. É por isso que não importa sua população: cada estado tem direito a 3 senadores, seja São Paulo, seja Roraima.
* Ismael Rielli, Águas de Lindoia. É professor aposentado, jornalista, escritor e ex-vereador. Tem atualmente um ponto de cultura no Sebo do Ismael, em Águas de Lindoia. * colaboração de Rodrigo Martins na revisão.
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