Ser velho é bom demais!
O Brasil tem a quinta maior população de idosos do mundo. Na década de 70 éramos um país de jovens e, por este motivo, éramos vistos, ou nos víamos, como um país promissor com um futuro amplo pela frente. Coisas de jovens românticos.
Hoje, somos um país em processo de envelhecimento, mas com muito otimismo de vivermos bem e com um futuro, também, ao menos, cercado de respeito e condições plenas de vida.
Ser idoso é considerar que os indivíduos tem muita experiência e que possuem, muitas vezes, um jeito de trabalhar diferente que soa estranho para alguns jovens que se propõem a observar a execução do trabalho, seja para disparar críticas, seja para aprender algo.
Algumas empresas já perceberam que a experiência laboral dos com mais de cinquenta anos pode trazer vantagens e vem investindo em ações e oportunidades para os colaboradores seniores, que podem dar valiosas contribuições.
Para entender como mesclar colaboradores de idades muito diferentes e conseguir êxitos notáveis, gostaria de recomendar o filme Um Senhor Estagiário (2015), onde Robert de Niro nos proporciona lições potencializadoras.
Trata-se de uma comédia dramática inspiradora que pode também interessar às mulheres em cargos de liderança.
No filme, o personagem Ben ( de Niro) é um executivo aposentado e desmotivado com cerca de 70 anos que resolve buscar um noivo propósito de vida. Ele começa a estagiar em uma startup de moda online e, por meio de seu bom humor e experiência, torna-se a pessoa de confiança da dona da empresa.
Ao tratar os desafios da convivência entre gerações tão diferentes, o filme mostra como um funcionário mais experiente, mais velho, pode agregar valor ao ambiente corporativo.
Este filme pode se transformar em uma grande lição de convivência intrageracional visto que o Brasil tem mais de 28 milhões de idosos (IBGE), que representam 13% da população do País e este percentual deve dobrar nas próximas décadas.
Outras estimativas apontam que, em dez anos, o número de pessoas da terceira idade ultrapassará o de crianças até os 14 anos.
É necessário uma mudança de mentalidade em relação a este segmento, pois são consumidores exigentes, com conhecimento de qualidade e vivência suficiente para fazer comparações entre produtos para a aquisição de bens.
Não há duvidas de que, ao valorizarmos os talentos e consumidores da terceira idade demonstramos e exercitamos nossa capacidade de empatia para a inclusão de cidadãos cada vez mais presentes em todos os segmento da sociedade.
O texto: Ser velho é bom demais! é de autoria de Fabio Luiz Villani, Doutor em Linguística e Gerontologia pela PUCSP em colaboração ao Tribuna das Águas
Veja também:
https://www.tribunadasaguas.com.br/2021/06/25/fim-ao-deixa-estar-por-celso-antunes/