LIÇÃO DE MASOQUISMO, por Celso Antunes
LIÇÃO DE MASOQUISMO
Dentro do Hotel Lindoia, após a refeição, o hóspede reclamou ao garçom a péssima comida servida ali.
“O senhor esteve aqui o ano passado?”, perguntou o garçom.
“Estive”, respondeu o hóspede.
O garçom rematou:
“E teve coragem de voltar. O senhor gosta de sofrer”.
Essa história foi contada pelo tio deste que escreve, era ele o garçom, faz tempo.
É evidente, o Hotel Lindoia está no cemitério dos hotéis da cidade há longos anos.
Tem-se vivido o absurdo no dia a dia.
As mortes, os intubados, o incêndio nas matas, o ódio, o desemprego e a fome voltaram no país.
O Brasil faz contas diárias do genocídio da Covid-19 já a atingir 550 mil mortes pela falta de vacinas.
Não há pena de morte na lei brasileira, mas acontecem chacinas e mortes de inocentes todos os dias.
Em Cuiabá, no dia 17 de julho, populares fizeram fila para receber a doação de ossos de boi de um açougue.
O presidente Jair Bolsonaro negou o auxílio emergencial de 600, 00 reais para socorrer os mais pobres.
Ao mesmo tempo, concede bilhões aos bancos privados e deputados, agora mesmo discute se será 3 bilhões ou 5,7 bilhões de reais, equivalentes a um bilhão de dólares, para o Fundo Eleitoral.
O governo é ótimo para as elites poderosas e o povo é esquecido.
O povo é vítima e sofre com o desgoverno de Bolsonaro.
As manifestações voltaram às ruas para que o povo seja o centro das atenções na política da nação.
Bolsonaro não honrou os 83% de eleitores lindoienses que o escolheram em 2018.
Outro candidato precisa ser escolhido nas próximas eleições.
Acreditar nele ainda, se não for da elite é como o hóspede do Hotel Lindoia que gosta de sofrer, que é uma doença psicológica chamada de masoquismo.
*Celso Antunes, Águas de Lindoia (SP), escreve toda semana neste espaço.
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