MUITO TROVÃO E POUCA CHUVA, por Celso Antunes
MUITO TROVÃO E POUCA CHUVA
O bairro Bela Vista está desenvolvido. É um retrato fiel da média da sociedade lindoiense, o apelido “Sertãozinho” caiu em desuso.
Sertãozinho já foi um bairro de valentão causador de briga e confusão.
Os bailes viravam “risca faca”, o valentão aparecia, provocava e resolvia a questão aos tapas.
Os mais antigos se lembram das histórias desses personagens.
Tiveram fim de carreira acovardados e trágicos, o mais famoso foi morto a canivetada por um jovem franzino.
Ainda hoje a cidade não possui cadeia.
Delegados de Polícia foram designados, cada um ao seu modo fizeram história impondo a lei sobre os “corajosos”.
Aos poucos a cadeia de Serra Negra foi recebendo os arredios da ordem e da lei e o valentão desapareceu.
Valentão é um tipo humano que não deu certo.
O Brasil de hoje está parecendo o Sertãozinho de antigamente.
Surgiram os valentões defensores da pátria sem lei.
Vestem verde-amarelo e não cumprem o dever que está no azul, a “ordem e progresso “, certamente, não desejam nenhum dos dois.
O governo da Pátria Amada Brasil está derretendo e a crença no mito resta apenas aos seus fanáticos devotos valentões.
Eles programam ressuscitar o mito aos tapas com ameaças de violências para 7 de setembro em Brasília.
Será o ponto alto da campanha golpista, prioridade a qual se dedicou o mandato presidencial.
A pátria está capengando, mostra mortos aos milhares, doentes em desamparo, vacinação atrasada, desempregados sem esperança, preços em alta crescente, miséria e fome batendo na porta das famílias.
Esses exemplos angustiosos se enquadram em tipos passíveis de punição pelo Congresso, pela Justiça e pelo julgamento popular através do voto.
Os valentões da nação serão dominados pela força da democracia.
A história registrará que o golpismo tão defendido aos quatro ventos era trovão sem chuva.
*Celso Antunes, Águas de Lindoia (SP), escreve toda semana neste espaço.
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