O ESQUECIMENTO, por Celso Antunes

O ESQUECIMENTO

A livre iniciativa, teoria econômica praticada desde Temer a Bolsonaro, pode ser explicada por uma frase: ‘cada um para si e o diabo acima de tudo’.

Nessa teoria o Estado deve sair de cena deixando as iniciativas econômico-financeiras para os particulares, uma espécie de liberalidade geral, daí seu outro nome: liberalismo.

Também, pode ser entendido como “individualismo” cujo resultado é enriquecimento de poucos e empobrecimento de todos, até mesmo, do Estado.

Nesse sistema quem mais tem mais terá, quem menos tem menos terá, formando a população de miseráveis que nada têm e que já alcança a 19 milhões de brasileiros.

Se todos são iguais perante a lei, na democracia o individualismo não poderia existir pela lógica, o verdadeiro liberalismo seria um bem comum se todos fossem iguais financeiramente.

A realidade mostra o inverso, poucos são os endinheirados, possuidores de riquezas, e muitos passam necessidades terríveis.

O diabo é a desigualdade que afronta a dignidade humana, os que vivem abaixo da linha da miséria estão comendo lixo.

O Brasil está entre os países mais desiguais do mundo, nos últimos tempos voltou a pertencer ao Mapa da fome, está evidente que a população necessita do Estado para sobreviver.

A maioria da população não possui riqueza nem renda e depende de assistência médica, educação, moradia, geração de postos de trabalho, saneamento básico, assistência social como atividades de Estado.

O Estado liberal vem capengando em dívidas, vendendo o almoço para comer na janta, essa situação é provocada para justificar ao programa de privatizações e reduzir ainda mais seu tamanho.

O Brasil está no caminho errado, pois conduz o Estado à falência obrigando-o ao exercício do anti-humanismo por manter os miseráveis no esquecimento.

Os brasileiros precisam derrotar o mal maior e, como na pandemia, se vacinar contra as variantes liberais da terceira via.

*Celso Antunes, Águas de Lindoia (SP), escreve toda semana neste espaço.

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