GRITO DE BASTA, por Celso Antunes
GRITO DE BASTA
O fato mais significativo da vida nacional dos últimos tempos aconteceu neste 11 de agosto.
Na Faculdade de Direito da USP, Capital, foram lidos uma Carta com mais de um milhão de assinaturas, e um Manifesto da classe empresarial, ambos defendendo a democracia.
O recinto da faculdade e o Largo São Francisco estavam lotadíssimos de cidadãos de todas as classes sociais.
Outras capitais se manifestaram simultaneamente, Rio de Janeiro, Recife, Bahia e Rio Grande do Sul.
O efeito é a recuperação da esperança no Brasil, o sonho da volta da nação normal e equilibrada que acomoda, como se viu na manifestação, trabalhadores e empresários lado a lado.
O fim das grandes desigualdades sociais apenas se alcança pela vida civilizada, e isso exige respeito à Constituição e ao direito, com participação e diálogo, do Estado às residências domésticas.
Democracia não é apenas regime político é, sobretudo, valores de comportamento humano.
A sociedade reagiu às ameaças golpistas do governo federal contra o processo eleitoral e as urnas eletrônicas para impedir as eleições ou não aceitar o resultado delas caso seja derrotado.
A manifestação de 11 de agosto é o grito de basta.
É um grito contra a infame e vergonhosa situação da nação, especialmente, no meio ambiente, saúde, educação, cultura e direitos humanos.
Foi a expressão da dor, pelas milhares de mortes provocadas pelo desmazelo da governança na pandemia e a revolta, pela fome que obriga brasileiros a procurar comida no lixo e a assaltar caminhões de ossos.
Centenas de pedidos de impeachment pararam nas gavetas do Procurador Geral da República e dos presidentes da Câmara e Senado.
Sobrou para a população decidir o futuro do país que necessita de mudança tirando do poder presidente, governadores, senadores e deputados que levaram a nação à morte, desemprego e fome.
*Celso Antunes, Águas de Lindoia (SP), escreve toda semana neste espaço.
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