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Monte Sião tem batizado na capoeira e troca de cordas neste sábado (17)

Capoeira

A Associação de Apoio a Capoeira e Cultura Afro-Brasileira (AACEAB) realiza neste sábado, dia 09, em Monte Sião, um grande encontro para batizado e troca de cordas. O encontro de Capoeira será neste sábado, dia 16 e no domingo, dia 17, no Centro de Exposição e Lazer (Pavilhão).

Na programação estão previstos vários eventos, sendo que os destaques são: Vivência Prática de Capoeira; Samba de Roda, Maculelê, Bate Papo e Confraternização.

No sábado, dia 16, às 13h30, haverá vivência de capoeira. Mais tarde, às 18h, é a vez de vivência de maculelê e samba de roda. No domingo, dia 17, às 9h, um aulão aberto será realizado e na sequência, haverá troca de cordas.

O Encontro Cultural, Batizado e Troca de Cordas da AACECAB inclui vivências, alojamento e alimentação, com o investimento de R$ 50,00. O contato para o evento é pelo celular 35 91718479. A organização é de Jamaica Sabino.

A Origem 

Conforme dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a capoeira foi trazida ao Brasil por volta do século 17 por africanos, no período da escravidão brasileira. A prática da capoeira permitia a interação social entre os escravizados que, muitas vezes, não falavam a mesma língua, por serem oriundos de diferentes regiões e etnias da África.

A capoeira promovia fortalecimento corporal diante dos pesados trabalhos que desenvolviam aos senhores de engenho, assim como possibilitava vencer a figura do Capitão do Mato durante fugas do cativeiro.
A música usada na capoeira era uma maneira de disfarçar a prática, pois os senhores e capatazes acreditavam que era apenas uma dança.

Por muito tempo, a capoeira foi perseguida no Brasil. Sua atividade chegou a ser considerada crime no primeiro Código Penal da República, em 1890.

CÓDIGO PENAL DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. DECRETO NÚMERO 847, DE 11 DE OUTUBRO DE 1890. Capítulo XIII, Dos vadios e capoeiras.

Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação Capoeiragem: andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordem, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal. Pena: de prisão celular por dois a seis meses. Parágrafo único. É considerada circunstância agravante pertencer o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes ou cabeças, se imporá a pena em dobro.

Somente 40 anos depois, em 1937, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, assistiu a uma apresentação de capoeira, gostou e legalizou a prática. Muito mais tarde, em 2014, a Roda de Capoeira recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Os elementos

Antes de iniciar a roda da capoeira, é preciso alguns preparativos. O mestre de capoeira arma e afina o berimbau, para que seu som saia perfeitamente, montando a “orquestra” junto com os pandeiros.

No começo da roda, canta-se um tipo específico de música: a quadra, também chamada de quadra de Bimba, faz referência ao Mestre Bimba, criador da capoeira regional. Em seguida à quadra, vêm a chula e os corridos, outros tipos de música.

A dupla de jogadores só entra na roda para jogar quando são cantados os corridos e quando o mestre faz um sinal, abaixando o berimbau. A partir disso, a dupla faz movimentos de ataque, de defesa, desequilibrantes e acrobáticos. O mestre conduz a roda.

O título de mestre integra os níveis de formação da capoeira, sendo o último em onze estágios, o que pode variar entre as escolas. É necessário muito estudo e prática na capoeira para se tornar mestre, envolvendo seus movimentos, músicas, instrumentos, cantos, ritmos, rituais, história, filosofia e um trabalho desenvolvido e consolidado com diferentes públicos.

Cada mestre recebe uma corda branca, o que pode variar de grupo para grupo em seu sistema de graduação.

O grande aspecto convidativo da capoeira é sua musicalidade, com suas quadras, corridos, chulas e ladainhas. Cada escola prepara o seu repertório, com diversos temas, podendo falar sobre a história da capoeira, seus mestres, sua filosofia, mas também sobre situações cotidianas ou qualquer outro tema.

A capoeira é um jogo tipicamente amistoso, mas há diferença entre jogar com e contra alguém. Jogar com significa respeitar o outro em sua integridade física e moral, para ambos aperfeiçoarem seus movimentos e seus aspectos emocionais. No entanto, jogar contra alguém significa que este é um adversário a ser vencido, sem necessariamente respeitar sua integridade física.

Foto: Equipe de mestre Jamaica Sabino recepciona visitantes e locais no Pavilhão neste sábado (17) e domingo (18). Foto: Arquivo pessoal / reprodução

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