DIRETO AO PONTO, por Celso Antunes
DIRETO AO PONTO
O ponto negativo destacado do presidente Jair Bolsonaro é a prioridade das armas de fogo.
A arminha em sinal de atirar para matar virou símbolo pessoal e péssima didática, principalmente, para a educação das crianças.
Nesse sentido, insiste na compra de um falso poder pessoal, a arma, como uma necessidade e a intenção de eliminar o outro como ato civilizado.
Nessa mentalidade, a sociedade seria um campo de batalha de matar ou morrer numa visão, totalmente, inaceitável para esta nação cristã, pacífica e democrática.
Com isso, a gestão do presidente tem incentivado mentes perigosas, com transtornos psiquiátricos ou de baixa civilidade, a se armarem convencidos que na sociedade deve valer a lei do mais armado.
O instinto agressivo, violento, próximo da ignorância, não representa o padrão de comportamento dos brasileiros em geral, com exceção de uma minoria.
A decisão de preferência política-eleitoral está na cultura civilizada da concórdia ou não, tomando a violência como referência.
Por exemplo, o presidente considera herói o falecido coronel Ustra, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército (1970-1974), símbolo da tortura no Brasil.
Ustra foi o único militar condenado por sequestro, tortura e morte.
Para entender de que se trata necessário se faz o exercício de imaginação, a dor do indivíduo covardemente amarrado, indefeso, sofrendo agressão física e moral através de choque elétrico com fios ligados à língua, orelha, seios, genitais, anus e dedos, afogamento, chutes, socos, tapas que o levam ao extremo, a morte.
A arma de fogo tem a mesma natureza psicológica da tortura, é apenas legalização do prazer de causar sofrimento ao próximo.
Dotado dessa natureza o presidente é compelido a agir de forma agressiva provocando atritos, brigas e desavenças intermináveis numa sequência diária inoportuna e improdutiva para a nação.
Religiosidade é fantasia e mea-culpa, a psicanálise explica como sadomasoquismo.
*Celso Antunes, Águas de Lindoia (SP), escreve toda semana neste espaço.
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