O VENTO E O TEMPO, por Celso Antunes

O VENTO E O TEMPO

Quem andou por esta terra de outrora não tem como falar do presente sem se lembrar do passado.

Parece um sonho que se desfez com o passar dos anos.

Ao final da década de 1950, o ex-governador Adhemar de Barros esteve em palanque em frente da Prefeitura (Banco Itaú, atualmente).

Famoso por frases de efeito uma, dita naquele dia, surpreendeu os lindoienses.

“Mandei examinar a água e nada encontrei”, “Se cura, é por milagre”, disse o candidato a governador.

O povo aplaudiu e votou nele nas eleições.

Dr. Adhemar era apoiado pelos maiorais da cidade.

A estância passou a se destacar pelo “turismo caipira” e “clima de altitude” no dito, há anos, pelo polivalente escritor Mario de Andrade.

Nenhum governo, Estadual ou Federal, se interessou em estudar o farto material demonstrativo de cura elaborado pelo Dr. Francisco Tozzi.

Perdeu-se no tempo o interesse pelo poder da água miraculosa que concedeu à cidade o status de “Rainha das Estâncias”.

É necessário fazer um parêntese.

A reforma do Balneário é resgate de nossa origem e vocação hidroterapêutica, merecidamente, tendo sido adornado com coroa de rubis na iluminação noturna.

Méritos ao prefeito Gil Helou, que tem revitalizado a cidade com a necessária habilidade em gastos da tradição árabe.

Restauração é sinal de recomeço para atingir novo fim, que se espera seja um projeto de desenvolvimento gerador de emprego, renda e bem estar na próxima gestão.

O objetivo está na integração do potencial de saúde e turismo ecológico da cidade.

O município não dispõe de recursos para tanto, ficando na dependência do governo estadual e federal a serem eleitos.

Entender o tempo é mudar o voto para não ficar com o vento, como na eleição de presidente e governador em 2018, que não trouxe benefício ao município.

Ou, pagar o mico como foram as palmas para Adhemar.

 

*Celso Antunes, Águas de Lindoia (SP), escreve toda semana neste espaço.

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