Greve dos correios se intensifica e região adere ao movimento
Segundo dirigentes sindicais da base territorial do Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares de Campinas e Região- Sintect-Cas esta segunda semana de greve tem tudo para se tornar uma das maiores mobilizações da história dos trabalhadores nos Correios de Campinas e de todo o País.
De acordo com o Sindicato, na microrregião do Circuito das Águas, a adesão é maior no setor de distribuição. Águas de Lindoia nesta terça-feira, 25, esteve com 100% dos carteiros paralisados e na agência foram deslocados dois gerentes de outras unidades pra ficar no atendimento, porque os atendentes também pararam.
Em Lindoia também parou atendimento e distribuição. Em Socorro, todos os carteiros pararam e apenas um atendente e o gerente ficaram na unidade. Em Serra Negra todos os atendentes e carteiros pararam. Na cidade de Jaguariúna setenta por cento dos carteiros pararam e na agência o atendimento está acontecendo por conta de atendentes deslocados de outras unidades.
Os motivos da greve são reivindicatórios de direitos. No ano passado o TST (Tribunal Superior do Trabalho) definiu que a Sentença Normativa do Dissídio Coletivo de Greve do TST (acordo coletivo) teria validade até 31 de Julho de 2021 e desrespeitando a decisão dos Ministros do TST, o presidente dos Correios recorreu da decisão no STF e o Ministro Dias Tofolli concedeu uma liminar suspendendo a validade de duas cláusulas. (Cláusula 28- Custeio do Plano de Saúde e Cláusula 79- Validade da Sentença Normativa).
Mesmo antes do final do Julgamento no STF a empresa passou a aplicar apenas a CLT e excluiu 70 das 79 cláusulas da Sentença Normativa (Acordo Coletivo). Com o final do julgamento no dia 21/08 onde a validade da Sentença Normativa foi fixada em apenas um ano e cuja vigência terminou em 31/08/2020 a direção dos Correios se nega a abrir negociações de fato para a assinatura de um novo Acordo Coletivo de Trabalho.
A empresa alega dificuldade financeira, mas segundo o Sintect-Cas, o Lucro dos Correios em 2017: 667 milhões; em 2018: 161 milhões; em 2019: 102 milhões e no primeiro semestre desse ano já atingiu o lucro de 383 milhões de reais (Fonte: Balanço contábil da ECT ). “Em uma tentativa de desmobilizar a categoria, a empresa afirmou que agora com o Dissídio a greve deve acabar, mas os trabalhadores de Campinas e Região e de todo o Brasil afirmam o contrário”, diz o informativo do Sindicato que convoca a continuidade do movimento grevista.
Hoje a empresa estatal ajuizou o dissídio coletivo de greve no Tribunal Superior do Trabalho (TST). As duas partes não chegaram a acordo, depois de funcionários entrarem em greve em todo o país em virtude da decisão de sexta-feira do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu, de forma definitiva, o acordo coletivo dos trabalhadores da estatal.
De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Findect), a direção dos Correios propôs a retirada de 70 cláusulas que envolvem direitos da categoria. A lista inclui benefícios como vale-alimentação, vale-cultura, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno e horas extras.
Em nota, os Correios alegam ter proposto soluções para o problema, mas que os funcionários não aceitaram a proposta: “Desde o início de julho, os Correios tentaram negociar com as entidades representativas dos empregados os termos do ACT. Dando continuidade às ações de fortalecimento de suas finanças e consequente preservação de sua sustentabilidade, a empresa apresentou uma proposta que visa a adequar os benefícios dos empregados à realidade do país e da estatal.
Os Correios ressaltam que os vencimentos de todos os empregados seguem resguardados e os trabalhadores continuam tendo acesso, por exemplo, ao benefício Auxílio-creche e aos tíquetes refeição e alimentação, em quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada trabalhador”.
A estatal ressalta ainda que teve perdas econômicas importantes durante o pico do coronavírus no país: “A paralisação parcial da maior companhia de logística do Brasil, em meio à pandemia da COVID-19, traz prejuízos financeiros não só aos Correios, mas a inúmeros empreendedores brasileiros, além de afetar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade.
Os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT para os empregados. A empresa aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram ao movimento paredista o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, já que agora toda a questão terá seu desfecho na Justiça”, destaca nota publicada no Jornal O Estado de Minas, desta terça-feira, 25.
Amanhã (quarta-feira, 26) acontecerá uma a Audiência Preliminar no TST, às 14 horas, mas há uma ato programado para acontecer ao lado da Agência Central de Campinas, concentração a partir das 8h, na Avenida Francisco Glicério e ao final do Ato será realizada Assembleia de avaliação da Greve.
Fotos: Reunião de Diretores e Comando de Greve do Sintect-Cas / CDD Amparo / imprensa do Sintect-Cas ;
Funcionários da Agência de Águas de Lindoia (redes sociais).