Governo de SP inicia as obras da fábrica que produzirá Coronavac no Brasil
A fábrica que produzirá a vacina Coronavac começou a ser construída no Instituto Butantan, na cidade de São Paulo. Com capacidade de produção de 100 milhões de doses por ano, o prédio conta com investimento privado, com doações realizadas durante as reuniões do Comitê Empresarial Solidário e Econômico.
A nova fábrica do Butantan terá cerca de 10 mil m² e, além de produzir as doses da vacina contra a covid-19, poderá produzir outros imunizantes fabricados no Instituto Butantan.
A previsão de conclusão das obras é de até 10 meses, com um custo de R$ 160 milhões. Já foram arrecadados até o momento R$ 130 milhões com doações de 24 empresas dos mais diversos setores da economia. As doações estão sendo coordenadas pela organização social Comunitas, com o apoio da Invest-SP.
“A construção desta nova fábrica é um passo muito importante no enfrentamento da pandemia no Brasil e no mundo e consolida o Instituto Butantan como uma liderança mundial em desenvolvimento e inovação tecnológica na área da saúde” destacou o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
A Coronavac, desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science, está em fase final de testes clínicos. Assim que os estudos clínicos comprovarem a segurança e a eficácia, a Coronavac será submetida a registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Assim, somente depois disso, a vacina será disponibilizada à população.
Doses
As primeiras 120 mil doses da Coronavac chegarão ao Brasil após a autorização da Anvisa e das autoridades sanitárias da China. De acordo com a assessoria de imprensa do governo paulista, a chegada está prevista para acontecer no dia 20 de novembro, no aeroporto de Guarulhos.
A matéria-prima será transportada em bolsas de 200 litros dispostas em containers refrigerados, já que a Coronavac não necessita de temperaturas negativas para seu armazenamento.
Até dezembro de 2020, o Instituto Butantan receberá 46 milhões de doses da Coronavac, sendo 6 milhões de doses da vacina já prontas para aplicação, e outras 40 milhões, formuladas e envasadas em fábrica própria do Instituto. Outras 15 milhões de doses devem chegar até fevereiro de 2021.
O transporte da matéria-prima usada na vacina será feito por aviões fretados e comerciais para transportar a carga da China até o Brasil.
Estudos clínicos
Em fase final de estudos clínicos no Brasil, a Coronavac é considerada uma das vacinas mais promissoras no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e vem sendo testada em sete estados brasileiros, além do Distrito Federal.
Coordenado pelo Instituto Butantan, os testes envolvem 13 mil profissionais de saúde em centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Até o momento, mais de 10 mil pessoas já receberam ao menos uma das duas doses da vacina ou placebo.